30/05/11

Berto Cavilhas


Apelido-me Berto Cavilhas, adoro Toponímia e sou um grande Totó.
Naturalmente, esta primeira frase expressa, desde já, a alegria com que recebi a criação deste espaço e o meu profundo agradecimento aos criadores do Toponímia para Totós.
Expressa também a necessidade que tenho de me apresentar perante tão vasto grupo de Totós (reparem que foi com letra maiúscula ou não fossem vocês uns Totós de 1ª água …), a necessidade, certamente imodesta, de dizer quem sou e ao que venho.
Berto Cavilhas? Porquê um pseudónimo?
Tudo aquilo que somos e muito do que fizeram de nós, infelizmente, por vezes, condiciona-nos, manieta-nos, impede-nos de sermos aquilo que desejaríamos mesmo fazer ou dizer, aquilo que de alguma forma não cola com a nossa imagem, com a roupagem com que nos vêm.
Só podemos ser verdadeiramente livres de pensamento quando as ideias e as palavras são partilhadas com quem não as interpreta condicionado pela imagem de quem as proferiu.
Só somos verdadeiramente livres quando podemos criar a nossa própria toponímia, quando podemos criar o nosso próprio nome.
Sou Berto da parte do mundo real e Cavilhas pela do mundo cerebral, aquele que quer “cravejar cérebros” com outras ideias, que quer partilhar convosco o tudo e o nada, o sonho, o improvável, o intangível, o infinito.
Adoro toponímia, porquê?
Sinceramente, não sei.
Quando crianças, sonhamos ser bombeiros, policias ou astronautas. Nunca ouvi falar de nenhuma criança que, quando fosse grande, quisesse trabalhar na toponímia.
Mas toponímia, em última análise, são nomes e esses já os usava em criança: todas as minhas batalhas de bonecos miniatura de plástico tinham nome, todos os heróis que nelas participavam tinham nome, todos os locais onde se realizavam tinham nome.
A vida seguiu os seus caminhos e, talvez por portas e travessas, na toponímia desembocou.
De tal maneira me absorveu que hoje imagino os meus genes organizados, identificados e mesmo georeferenciados como se de uma complexa toponímia se tratasse.
E porquê um grande Totó?
Classifico as pessoas em duas tipologias: a dos que são mesmo tótós e a dos que não têm outro remédio senão sê-lo.
Ou não serão uns grandes totós os que vivem rodeados e organizados por alguns verdadeiros totós?
Ou não o serão por trabalharem numa empresa totó que é mas não é, que ora sabe exactamente o que quer ora hesita, titubeante, sem saber por que caminho optar? Não serão totós todos os que vivem neste País, ora Oásis ora Pântano, ora rico e soberano ora miserável e vassalo, onde todos devemos algo que não nos lembramos de ter comprado, onde povos, outrora ditos Bárbaros, agora nos ditam a cartilha do pobrezinho, que afinal é pobrezinho por não capaz de ser suficientemente liberal (?) ?
Reafirmo, apelido-me Berto Cavilhas, adoro toponímia e sou um grande Tótó.
Prometo, doravante, bombardear-vos com problemas grandes e com problemas mesquinhos, com ideias básicas e com básicas ideias, com tudo o que há toponímia respeite e com tudo o que respeite a totós.
Ocasionalmente, espero dedicar-me aos Totós da Toponímia ou à Toponímia dos Totós.
Mas esta tarefa só será aliciante se contar com a contribuição de todos vós, amigos Totós.
Lanço-vos já um primeiro desafio: a criação do verdadeiro Manual de Toponímia para Tótos!
Um manual escrito a várias mãos, fecundo, não convencional, arrojado, pejado de personagens à altura, pleno de acção, bem-humorado, colorido.
Voluntario-me para escrever os três primeiros capítulos.
Até lá, de vós, seus grandes Totós, espero os comentários mais mordazes e as sugestões mais loucas que condimentem este espaço com o sal e a pimenta tão necessários ao seu tempero.

Berto Cavilhas, 29 de Maio de 2011-05-30

Cenas da próxima Cavilha:
Assista ao primeiro encontro entre o Doutor Rugídio (que afinal era só Doutor) com Compadre Zé (que afinal era só Compadre) que deu origem à importante decisão de criar um Manual de Toponímia para Tótós.
por Berto Cavilhas

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