26/05/11

A importância de um NOME

Ele há nomes que são bonitos, bonitinhos, simples, que não envergonham ninguém.
E há outros que só os homens de barba rija ou os miúdos da rua dizem, são aqueles que nos filmes aparece um apito a sobrepor-se, não vá chegarem aos ouvidos castos de uma mulher ou criança.
Às vezes os nomes nem são feios, mas a mente humana dá-lhes conotações "porcas". Ora, no outro dia, dei por mim a olhar para um cartaz da Remax, daqueles que tem foto e tudo e não é que o vendedor se chamava "João Penetra". Estão a imaginar um contacto para o senhor:

- Está lá, Sr. Penetra, é por causa da casa na João XXI... - é que me escangalhava toda a rir...

E há outros que servem para fazer trocadilhos e piadas: como o típico Abreu:
"Abre o ..... que lá vou eu!"
Alguns são popularizados pela TV, aquelas fantásticas campanhas publicitárias, quem não se lembra da:
 "Vamos nessa, oh Vanessa!"?

À parte os nomes próprios, os problemas propagam-se para as moradas, pois os topónimos são muitas vezes nomes populares, nomes de pessoas famosas e de pessoas da terra.

Felizes aqueles que moram na Rua das Flores! Pois além do nome ser pequeno e facilitar a escrita nos diversos impressos, também não envergonha ninguém.
Vejam a diferença entre morar na Rua das Flores e morar na Avenida Engenheiro Camilo Lemos de Mendonça, são mais 29 caracteres. 29! caraças! Se vos parece pouco, multipliquem isso por uma média de 5 impressos por ano, são 145, só ao longo da vida escolar dá um extra de mais de 2500 caracteres, cerca de 10 páginas A4!!!

E isso do tamanho nem é o pior, pois a nossa toponímia é muito imaginativa, ora vejam os seguintes exemplos:

Largo Curral do Concelho em Senouras, concelho de Almeida

Barreiro de Nojões em Real, concelho de Castelo de Paiva
Venda das Raparigas em Alcobaça

Picha em Pedrógão Grande
Venda da Gaita em Carregueiros, Tomar


E muitos mais haverá por esse país fora.
Cabe a cada um a descontração para lidar com eles, pois um nome é um nome e não uma ação pela qual sejamos responsáveis, certo?

Ora vejam o que diz o escritor:
«-Chamo-me António
um nome tão comum, de pobre.
Se fosse rico chamava-me Bernardo
ou Lourenço ou Gonçalo. Assim,
consolo-me com António. Apesar
de tudo parece-me menos feio que Hernâni.
O que importa? Chamo-me Eu.
E o Eu debruçado para o papel nas
redações em que tem gasto a vida.»

In Crónica da pomba branca de Lobo Antunes

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