Os passeios são muito importantes na vida da cidade. E são muito mal considerados! Acho que no planeamento urbanístico de alguns concelhos estão mesmo esquecidos e tratados como enteados.
Por vezes, o cenário é dantesco. Buracos, lombas, inclinações desaconselháveis, pedras soltas, candeeiros a mais ou a menos, postes diversos, outdoors pelo meio do passeio, tudo isso dificultando a circulação, principalmente se os ditos forem estreitos. Aliado aos brindes caninos, lixo à volta de contentores e aos carros estacionados nos passeios, pode ser um verdadeiro passeio pelo inferno.
O engraçado é que nas zonas rurais e por vezes até em zonas menos urbanas das cidades não existem. Nem fazem falta! Este é um ponto a pensar mais demoradamente. Quer dizer muito. Significa que há uma dinâmica diferente no bulício da cidade, da aldeia onde passam poucos carros, da rua principal e das ruas interiores da cidade, tudo tem uma velocidade que está intimamente ligada à maior ou menor necessidade de passeios.
Por outro lado, também há passeios bonitos, com a pedra da calçada a fazer figuras, alguns são largos para passarem carrinhos de bebé e cadeiras de rodas, outros tem bancos, árvores a fazer-lhes sombra, com candeeiros para iluminação ao final do dia, ou seja, toda a comodidade para o transeunte passear e parar!
Tenho a certeza que alguém que passa num passeio de qualidade abranda o passo. Se for de dia, alguns até pensam:
"Podia sentar-me só um bocadinho, e que bem me sabia um gelado...ali sentado!".
Se for de noite, noites agradáveis de verão, os pensamentos irão para o tempo:
"Quem bem que se está na rua, estão umas noites tão agradáveis."
E é destes últimos que precisamos.
A cidade aos seus cidadãos! Os passeios decentes a quem de direito!
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