As Minas de ouro da Roda Cimeira, um tesouro descoberto pelos Romanos.
Sabia que existe na
Serra da Lousã, uma das primeiras explorações de ouro, que há memória em
Portugal?
A sua descoberta
remonta aos 600 anos d.C., levada a cabo pelos
romanos que as designavam por “Escádia Grande”. Estas minas estão localizadas
ao longo da ribeira do Sinhel, na aldeia da Roda Cimeira, que acaba por dar
nome às minas. Pertencem ao concelho de Góis, freguesia de Alvares.
Fonte: mototurismodocentro.com
Estas minas
são ricas em Ouro, Prata e Cobre, porém actualmente sabe-se da existência, de
elementos como Arsénio, Chumbo e Zinco.
Para
além das minas este povo também nos deixou uma grande quantidade de achados
arqueológicos, encontrados dentro e em redor das minas e talvez a “pedra
Letreira” seja um desses legados. A "Pedra Letreira" é uma
rocha onde se encontram gravadas figuras de arcos, flechas, alguns animais,
cabeças humanas e sinais geométricos. Envolto em grande mistério, o significado
destas figuras ainda não foi provado, nem tão pouco o que se diz na pedra. Uns
dizem que se trata de um mapa codificado outros dizem que na pedra se lê:
"Em frente á Pedra Letreira
Há três minas em carreira:
Uma de ouro, outra de prata
E outra de peste que mata".
Depois dos romanos, foram os Árabes, com uma intensidade de exploração bem menor, prosseguiram com as explorações até serem expulsos por D. Afonso III. Ainda se seguiram, os Cristãos aquando da reconquista.
O
ritmo terá contudo decaído ao longo do tempo, até ao século XIX, altura em que,
por todo Portugal, se deu uma forte retoma da actividade mineira, tendo
atingido um máximo no decurso da 2ª Guerra Mundial.
Com
a “Escádia Grande” as coisas não foram muito diferentes e duramente se
trabalhou por esses anos naquela parte da Serra da Lousã, recrutando
trabalhadores não especialistas pelas localidades vizinhas.
A
concessão passa nessa altura da sociedade Minas da Serra da Lousã, Limitada
(Irmãos Cardoso Pinto), para a CUF (Companhia União Fabril), que explorou entre
1938-39 e o ano de 1952.
Os
registos de pessoal do período 1943 a 1950 mostram um efectivo variando entre
os 83 e os 115 trabalhadores, 40% seriam operários de fundo e o restante 60%
pessoal de superfície. Nos registos de produção os valores mostram que para o
ano de 1952, totalizavam 46598 gramas de ouro e 169714 gramas de prata!
Em
1952 as Minas encerraram a sua exploração e assim permaneceram até aos nossos
dias.
Hoje
este Património de Arqueologia Industrial, está ao abandono total, não deixando
por isso de ser um óptimo local a visitar. A exploração, parece que foi
abandonada de repente e alguns dos edifícios encontram-se tal como foram
deixados, houve até uma situação engraçada aquando duma visita, em que foi
possível observar uma lista perdida do pessoal que trabalhava na exploração.
Dos
“buracos” usados para a exploração de mineiro, alguns foram fechados pelas
autoridades, por constituírem perigo para pessoas e animais, sendo que muitos
deles ainda se encontram abertos apenas tapados pela vegetação. O cascalho que
era retirado das minas ainda é visível na encosta como que uma herança destes tempos.
Se
quiser ser garimpeiro por um dia e visitar estas minas, perca-se nas redondezas
da exploração e quem sabe ainda encontra uma pedra com filão, não se admire,
porque não há muito tempo aconteceu comigo!
Boa
sorte.
Refúgio no Xisto
Serra da Lousã - Candal
Serra da Lousã - Candal
N40° 4.9237', W008° 12.2328'
Telemóvel: 91 930 35 85
Refugionoxisto@hotmail.com
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