A pronúncia de cada região condiciona a língua portuguesa, enriquece-a, distingue beirões de algarvios, açorianos de lisboetas, e uns dos outros, regiões de regiões, expressões, formas de dizer, sonoridades diferentes. A pronúncia faz parte da cultura do povo.
No Porto pede-se um cimbalino, um fino, em Lisboa, uma bica, uma imperial. No sul são 10 para as 3, no norte são 3 menos 10. São os aluquetes e as cruzetas por um lado, os cadeados e os cabides, por outro, as alcagoitas versus os amendoins, são os Vês pelos Bês (querido Rui Veloso :)) ). Onde os nortenhos ganham é em palavrões, que delícia, ver as mulheres a dizerem, como os homens, 9 palavrões em 10 palavras.
Por sua vez, também a literacia condiciona e muito a língua portuguesa.
Assim se diz, assim se escreve... faz o povo, independentemente das regras gramaticais. Por esse país fora, já todos encontrámos recados, cartazes, ementas, etc. que dão uns pontapés no português.
Alguns programas de televisão tem trazido a luz casos deveras engraçados, e questionados os transeuntes, é ver as certezas de alguns e as incertezas de outros confirmando o que está errado ou duvidando do que está certo.
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O caso insólito que aqui trago tem a ver com uma localidade que todos pronunciam de um modo e alguns escrevem mesmo desse modo, perdendo-se a correcta grafia no tempo. Inclusive a bandeira da Junta de Freguesia e a página da internet dessa Junta apresentam a grafia errada!! Ah, pois!
Questionado o presidente da Junta, a resposta pronta e segura foi:
- Ah, pois! Mas isso tanto faz.
E venha de lá o novo acordo ortográfico ;(
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